segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A VIDA EM TRÊS VÁRIOS TONS DE CINZA
 

Pintam-se três tons de cinza,
onde a vida se mostra andando, seguindo, sentindo, indo... 

Na atmosfera dúbia e fronteiriça entre uma estepe e uma geleira,
segue o rio vagueando pelas ondas e margens que a terra lhe impõe. 

No cenário agreste e sertanejo no mesmo instante em que a chuva beija o chão seco,
vão caminhantes, peregrinos e retirantes sob as lágrimas da terra, buscando não mais guardar o tesouro que não possuem. 

Na imagem velha de uma sociedade moderna e veloz,
transeuntam trabalhadores no breve estar passando de uma loca Maria que motiva e passa e fica. 

O resumo da estória é: 

Mesmo com a dança das águas rebolantes em meio aos vales que tentam represar,
mesmo com a queda brusca das gotas pluviais que buscam apagar o fogo da terra seca mãe,
mesmo com a estúpida rapidez do progresso que pretende abreviar as distâncias e os tempos, 

ainda há um beijo do sol nos altos montes gelados que faz derramar vida por toda a terra,
ainda resta um chão com sede que bebe porque a bebida dos céus oferecida é retribuição pela quentura do seu ar que sobe,
ainda permanece um coração pulsando dentro da armadura férrea arquitetada para o robô do futuro, 

pois nem sequer o gelo, o sol, a chuva que cai,
ou a pedra, os trilhos ou o tempo que se esvai,
podem tirar o colorido da cinza vida,
que vai...

Helder Rocha

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