segunda-feira, 16 de setembro de 2013

GUARDA-CHUVA
 
Mulheres de guarda-chuvas não revelam seus rostos, pois os protegem da chuva.
Já pensou quantos rostos seus olhos já viram? Quantos lhe chamaram realmente atenção? Aquele ser aparentemente desconhecido se torna uma coisa interessante e, às vezes, curiosa me pergunto!  Quantos rostos já vimos nas filas dos bancos, nos pontos de ônibus ou apenas aqueles que estavam ao seu lado por algumas horas. Duas pessoas podem estar na mesma sala e, no entanto, em lugares diferentes às vezes penso que deveríamos puxar a cadeira e sentar ao lado de quem realmente queremos, mesmo que os outros não entendam.
 
Quantos rostos nosso olhos têm ainda guardados na memória? Quantos rostos não tiveram nomes porque seria loucura perguntar a quem espera um ônibus: — Como se chama? 
 
Quantas pessoas realmente divertidas e de energia contagiante deixamos de conhecer? Quantas pessoas perdemos nas filas ou no banco ao lado? Quantos sorrisos não foram roubados? Quantas declarações de amor poderiam ter sido declamadas? E casamentos feitos? Quantas conversas e risadas foram perdidas numa conversa que não aconteceu?
 
Rostos, traços, guardo todos! Quem sabe o futuro perdoe meu passado e me permita te dizer que no presente teus traços eu queria entender ou teu sorriso ter roubado.
 
Não se cale!  Me fale, pois o teu ser eu também quero conhecer, em dias de chuva não fuja, deixe os guarda-chuvas fechados.                                                                        

Thaís Gomes Silva

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